05 set 2013 Cidadania

Você faz a política

Nas grandes cidades, a chuva forte costuma provocar enchentes. A água cai e, com ela, árvores, postes, casas e barreiras desabam, tetos e sonhos são destruídos. A água sobe, invadindo residências, pessoas desaparecem, a luz é cortada e a distribuição de água é interrompida. Os ônibus param, os hospitais ficam lotados, boa parte do comércio não abre e as filas crescem. É uma confusão geral.

Onde há gente, há política. Toda comunidade, seja local, regional ou nacional, é organizada em torno de objetivos. Nascemos em uma sociedade politicamente organizada, que dá a impressão de ter sempre existido. Talvez por isso, muitas vezes, não paramos para pensar no porquê e para quê vivemos nela. Chega de torcer o nariz para a política, dizendo que todo político é igual, que o país não tem jeito e que ninguém faz nada. Fazemos política em casa, ao diminuirmos os gastos com energia elétrica; na escola, ao convencermos o colega bagunceiro de que está incomodando o resto da turma; e no trabalho, ao procurarmos fazer uma divisão mais justa de tarefas. Não há motivos para descrer na política, mas sim nos maus políticos. O cidadão que se omite transfere a outro seu direito de atuar politicamente.

A política de hoje não é como nas antigas cidades gregas, onde os assuntos importantes eram discutidos em praça pública com a participação de todos os cidadãos. Embora seja impossível reunir todos os brasileiros em uma grande assembleia, dando a cada um o direito de opinar sobre este ou aquele problema nacional, a Constituição prevê a participação direta dos eleitores na discussão de temas importantes por meio de consultas populares, em que todos podem votar.

No final do século XIX, a escravidão retirava da maioria da sociedade brasileira os mais elementares direitos. As mulheres, mais da metade da população, só puderam votar em 1933. Vale lembrar que, no início do século XX, 70% do povo brasileiro vivia no campo, onde as mudanças sociais tardam mais a chegar. O passado nos ajuda a entender por que as coisas chegaram ao ponto que chegaram. Não esquecer é condição para não cometer os mesmos erros. É dessa forma que a história ensina a mudar o presente.

Cabe ao poder legislativo do município, a Câmara dos Vereadores, definir, por meio de leis, como o espaço urbano deve ser ocupado, de forma que uns não atrapalhem a vida dos outros. Se o assunto é lei, nossos representantes do poder municipal é que vão combinar as regras que todos devem seguir. Cabe à União, aos estados e aos municípios punirem os crimes ambientais, aplicando multas ou outros tipos de pena aos infratores. As mudanças no clima de todo o planeta atingem a todos e são responsabilidade de todos. Devemos estar sempre atentos e informados sobre o que podemos e devemos fazer para respeitar mais o nosso planeta.

A palavra política tem diversos significados, mas o mais comum relaciona-se ao poder público. A política é fundamental para o ser humano e, ao se envolver ou não com os problemas coletivos, assumimos uma posição política. O que faz a diferença é qual das duas formas de agir ajuda a solucionar esses problemas. Se você não buscar as causas dos problemas que vive, não terá condições de intervir e participar dos acontecimentos à sua volta. E essa é outra situação de calamidade: a calamidade no plano das ideias, no nível do compromisso de cada um com o mundo em que vive. Pense nisso. Até a próxima aula.